Já faz duas semanas que voltei da viagem de Monte Verde, mas quando fecho os olhos nem preciso de muito esforço pra lembrar de cada segundo do passeio e de cada vista maravilhosa que tivemos por lá. Como tinha adiantado por aqui, eu tava mega animada pra essa viagem porque além de ser a minha primeira viagem com o Diego – nós fomos pra Brotas esse ano pra descer corredeira e se divertir à beça, mas foi bate e volta e não teve um gostinho tão especial quanto dessa vez – ainda ia ser para um lugar lindo e frio, o que já contribuiu em 90% da nossa ansiedade. Mas tanta demora e ansiedade valeu a pena. Valeu muito a pena!
Monte Verde não á uma cidade, como eu pensava antes de ir para lá. Na verdade, o lugar é distrito de Camanducaia e fica bem depois da divisa de São Paulo com Minas Gerais. Aliás, a gente fez a maior festinha no carro quando cruzamos a fronteira do estado, porque por mais besta que possa parecer uma simples “divisão imaginária”, os outros estados brasileiros são motivo de muita curiosidade pra mim. Em Florianópolis percebi como as coisas funcionavam tão diferente por lá do que eram aqui no território paulista e, em Monte Verde, todas as máximas da vida mineira se confirmaram ser verdade. Então quando atravessamos a divisa do estado fizemos uma pequena comemoração no carro e o Diego já virou na mesma hora para mim e disse “Tá sentindo o cheiro de queijo?”. This is my boy.
Quando você vai chegando perto do distrito começa a dar um friozinho na barriga. A estrada é de mão simples, cheia de curvas e já vai te presenteando com vistas maravilhosas! São muitas montanhas e vales e uma imensidão verde pra se perder de vista. As placas no caminho já mostram que o lugar é um ponto turístico muito conhecido: são tantas pousadas, chalés e hotéis que você fica até um pouco perdida.
E finalmente chegamos mesmo em Monte Verde!
Lá tem passeios de todos os tipos. A gente foi mais pra descansar e deixar o romantismo aflorar (haha) então fizemos coisas mais tranquilas como patinar no gelo e subir a Pedra Redonda. Primeiro: patinar no gelo é uma das coisas mais gostosas desse mundo! No começo eu tava toda apreensiva me segurando no namorado – que logo de cara saiu patinando como se tivesse feito isso desde a hora que nasceu – e pela quina da pista, mas não demorou muito pra eu ver que era fácil, fácil. Acredite em mim, se você já patinou alguma vez na vida, com patins normais mesmo eu digo, vai ser moleza se acostumar no gelo. Só sei que aquela meia hora que a gente achou que fosse demorar pra passar, passou tão rápido que fez a gente ficar com cara de quero mais ainda um tempão depois. E segundo: a Pedra Redonda é mais difícil do que eu imaginava pra subir, mas o esforço valeu super a pena. Eu adoro montanhas, adoro trilhas e me senti recompensada quando cheguei lá em cima. Foi chato por um lado porque tinha chovido mais cedo naquele dia e daí tinha uma neblina pavorosa que não deixava a gente enxergar um palmo na frente do nariz. Dava ainda mais medo porque ela ficava mais espessa a cada minuto que a gente ficava lá em cima e na hora de voltar rolou até um certo medinho de não conseguir ver o caminho, anyway, no final das contes deu certo.
Mas isso é pouco perto de tudo que dá pra fazer por lá. Dá pra andar a cavalo (tinha cada potrinho que era a coisa mais linda desse mundo!), fazer rafting, passear de jipe pela montanha, fazer arborismo e mais 1416341 trilhas que levam para diferentes pontos da região. E, claro, passear e ver uma infinidade de lojinhas que vendem um pouco de tudo: desde roupas até móveis antigos, velas, lembrancinhas, chocolates, compotas… A lista vai longe!
Como gordita que sou, as comidas são sempre um capítulo à parte. E como comida mineira é boa! Ela tem um tempero muito peculiar e eu acho engraçado como eles amam essa coisa de fartura. O prato que pra eles era pra uma pessoa dava pra umas três Paulinhas, sem exagero. De restaurante eu recomendo o “Villa Amarela” que fica bem na entrada da cidade e que tem uma comida deliciosa e um preço ok. Achei legal que o lugar tem um barzinho bem agitado e que tem uma vista que dá pra ver uma parte da rua central do distrito e uma parte do jardim deles. Ainda na lista de indicações, incluo o “Ribas”, que é bem aconchegante e romântico e o “Trás os Montes”, que toca rock de todas as décadas e fica num ponto bem alto da cidade, proporcionando uma vista maravilhosa.
Outro ponto alto da viagem foi o hotel. Ok, que a gente ficou muito mais tempo aproveitando a viagem e as belezas do distrito do que trancafiados dentro do quarto, mas não posso deixar de falar que amei o lugar, o atendimento, o serviço de quarto, o aconchego, enfim, tudo. E sério, acho mesmo que “café da manhã de hotel” podia ser um prato incluso no cardápio dos restaurantes, porque é bom demais! E vamos combinar que fica difícil não se esbaldar naquele café da manhã a)porque tem uma variedade de coisas que você não sabe nem por onde começar e b) a janela do nosso quarto dava para uma casinha onde eram feitos os pães do hotel. Mentalizem o cheiro que era aquilo logo ao acordar!! E ah, O hotel é o Green Village. Uma graça de lugar!
A única coisa que me deixou triste na viagem foi quando saímos da parte turística e fomos ver como era de fato o lugar em que os habitantes de Monte Verde moram. Me senti, de certa forma, mal pela situação. A população é extremamente pobre, as ruas não são asfaltadas e as casas são bem pequenas, com uma estrutura precária. Pra quem saía da parte turística e via essa parte da cidade era um choque – ou, pelo menos, deveria ser – difícil de explicar. Depois que voltei de lá tentei me informar mais sobre a situação e parece que mudanças no sentido de tornarem o lugar mais habitável já ocorrem há muitos anos, sem grandes avanços. Triste é o mínimo que posso dizer.
E claro que Monte Verde não se contenta em ter montanhas e comidas caseiras deliciosas. Eles têm a sua própria fábrica de chocolate, que te deixa com a sensação de que qualquer outra barra ou bombom que você experimentar depois que sair de lá, vai soar fake da primeira à última mordida.
Há um carinho todo especial com cada bombom. É um trabalho artesanal tão bonito (e gostoso!) que você quer comprar um chocolate de cada tipo, cada sabor, cada forma. Dá pra se divertir e engordar bastante, eu diria.
E claro que a gente trouxe compotas (alô, doce de leite com maracujá),queijos, lembrancinhas, comprinhas (o suéter de poás aqui de baixo foi presente do namorado) e mais um monte de lembranças que vão ficar pra sempre com a gente. Seja em nossa mente ou em nosso coração.
E que venham muitas outras viagens!
Ps1: sim, a qualidade das fotos não ficou muito ok. Claro que eu lembrei de levar tudo, menos a máquina fotográfica que ficou em cima da cômoda. Daí o jeito foi apelar para a câmera do Iphone.
Ps2: hoje eu e o Diego fazemos três anos e meios de namoro. Nem três dias e meio, nem três meses e meio. TRÊS ANOS E MEIO. Obrigada, Di, por me fazer feliz há cada segundo de todo esse tempo.